SILPO: O início de uma fábrica campeã

SILPO

No início dos anos 60, a MO-Kart, fábrica de karts gerida pela Gurgel dentro da seção MO-Plast e tendo como técnico Silvano Pozzi, era uma das duas fábricas existentes no “pequeno mundo” do kartismo brasileiro, rivalizando diretamente com a Rois Kart de Claudio Daniel Rodrigues.

MO Kart

Silvano, inconformado com a visão dada aos karts por Gurgel, que idealizava transformá-los em “carrinhos bonitos” e não em veículos de competição, resolve sair da empresa por volta de 1963.

MO Kart

Com uma enorme experiência na área de competição, inicia a abertura da sua fábrica de kart, a SILPO.

Acreditamos que a data de abertura desta fábrica seja em torno de 1964.

O que muitos não sabem, é como isto foi feito e aqui é onde entra o “Q” da história:

Sem dinheiro suficiente para sua fábrica, Silvano recorreu a um cliente especial para abrir o empreendimento. Este cliente especial, nada mais, nada menos, do que o Comendador Enzo Scaletti, proprietário da empresa de transportes BOSCA de Curitiba, por sinal, conterrâneo de Silvano Pozzi.

SILPO

Enzo emprestou o dinheiro para Silvano, que comprou toda a ferramentaria necessária para a construção dos karts SILPO.

Numa das minhas conversas com Dionisio Pastore, sempre discutíamos a questão da originalidade dos karts, em especial, um FBM deitado de 1968, que me foi presenteado pelo filho do Comendador Enzo.

O kart possui freio à disco Hurst, algo impensável para os padrões do FBM da época, que usava então o freio à tambor tradicional.

Mas como um FBM usaria freio a disco americano?

Simples. Tudo que era de melhor, todas as inovações dos karts, motores, preparação, tudo que era feito novo e dava resultado, em primeiro plano vinha diretamente ao Comendador, motivo este do freio HURST num FBM.

Freio SILPO

Mesmo antes desta ajuda do Comendador ao Silvano, o relacionamento entre os dois era muito bom, tanto que com as idéias e ideais de Silvano, o Comendador foi o primeiro Campeão Paranaense de Kart em 1962 com MO-Kart e depois disto, arrebanhou mais dois títulos para o Silvano guiando um SILPO em 1964 e 1966.

E foi assim enquanto Silvano comandou a SILPO e também durante a existência da FBM, enquanto foi técnico responsável dos Giaffone, seus antigos pilotos.

Em fins de 67, a SILPO deixa de existir dando lugar a nova fabrica FBM, tendo agora como novos donos os Giaffone.

Continua este ainda na área técnica, desenvolvendo os produtos, motores e chassi, tendo continuado a enviar material de ponta aos pilotos paranaenses que andavam pela Bosca!

Fontes: Enzo Scaletti Jr. e Lucio Pascual Gascon (Tche)