Categorias Escola parte 1 – A Fórmula Vee

Para a maioria dos pilotos profissionais, o kart é onde tudo começa. A partir daí, o crescimento natural de um piloto o leva para categorias de fórmula, ou de turismo, de acordo com a carreira que deseja seguir. Pensando no caminho até a Fórmula 1, o ápice do automobilismo mundial, o caminho natural é através das categorias de monopostos.

Uma das categorias escola mais antigas é a Fórmula Vee (ou Vê, como foi chamada no Brasil).

História

O registro da origem desta categoria é Norte Americano, quando o dono de concessionária da marca VW, Hubert Brundage, buscava uma forma e fortalecer a marca e seus produtos nos EUA, o que poderia ser feito com o Automobilismo.

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Já em 1962 foram fabricados alguns carros, que participaram de algumas corridas. Em 1963 a SCCA (Sports Car Club of America) reconheceu a categoria e oficializou as corridas. A partir daí, a categoria começou a crescer muito rapidamente.

A competitividade proporcionada pela motorização padrão, simples e de baixo custo, unida com o baixo custo dos chassis, que podiam ser comprados na época por algo em torno de 2.500 dólares, permitiram grids cheios e muito competitividade, sendo que algumas corridas tiveram mais de 80 carros inscritos.

Não demorou muito para a categoria chamar a atenção de pilotos de outros países, uma vez que os carros VW tinham grande popularidade em muitos países do mundo.

A Fórmula Vê

No Brasil, denominada de Fórmula Vê, a categoria começou a se difundir por aqui no final dos anos 60. A categoria era vista como ideal para o crescimento do automobilismo brasileiro, pois seria equipada com uma das mecânicas mais populares do país, a VW.

A primeira temporada foi disputada no ano de 1967, encerrando o ano com em evento especial, os 500 km de Interlagos.

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Nos anos seguintes a categoria enfrentou dificuldades, visto que o Autódromo de Interlagos foi fechado para reformas que duraram até 1970, sendo as corridas realizadas em sua maioria no Rio de Janeiro. Porém, o nível dos pilotos era muito alto, revelando nomes como Emerson Fittipaldi e José Carlos Pace.

As corridas passaram a ser realizadas apenas no Rio de Janeiro, dando status de categoria regional, perdendo muitos apoios, inclusive da VW. Agonizando nos anos seguintes, a categoria chegou a ser extinta. Mas sua história não terminava aqui.

Em 1974, surge a Fórmula Super-Vê, contando com um forte apoio da VW, essa categoria teve grande sucesso, o que viabilizou também o retorno da Fórmula Vê em 1975, como categoria de acesso. A perda do apoio da montadora em 1981 colocou um novo fim à categoria.

Os primeiros Formulas Vê utilizavam a mecânica dos primeiros Fuscas, um motor 1.200 cc. Já na sua segunda fase, os motores adotados foram os 1.300 cc, originário da versão de entrada do carro da VW.

Uma das características mais interessantes da categoria foi que, apesar de ser monomarca para motores, havim vários fabricantes de chassis, o que gerava uma grande competitividade entre os fabricantes e dispoutas não só de pilotos, mas também de construtores.

Nos primeiros anos, até mesmo os irmãos Fittipaldi (Emerson e Wilson) fabricaram um modelo de carro, o Fitti-Vê.

A Fórmula Super-Vê

Umas das fraquezas da Fórmula Vê foram o fato dos carros serem relativamente lentos, principalmente quando comparados com os carrões que competiam nas provas na década de 60.

A Fórmula Super-Vê veio para suprir este espaço, com uma categoria com carros bem rápidos, com pneus slick e preparação bem forte.

A Super Vê também existiu em outros países, tendo revelado pilotos como Michael Andretti e Nelson Piquet. Até o apoio da VW para essa categoria foi maior, o que favoreceu seu sucesso.

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O diferencial dessa categoria era a utilização dos motores 1.600 cc, cambio com engrenagem de competição, suspensão dianteira de duplo A e pneus slick.

Tudo isso tornava esse carros um monoposto muito rápido e uma excelente escola para os pilotos brasileiros, que saiam para competir na Europa muito bem preparados.

A nova Formula Vee

Em muitos países, como Nova Zelandia, Inglaterra e EUA, a Formula Vee nunca deixou de existir.

As características básicas foram mantidas, como a utilização de pneus de rua, chassis de fabricação tubular e sem aerofólios, os motores VW refrigerados a ar e a suspensão dianteira do Fusca.

Manter essa tradição também teve um custo, pois com a evolução tecnológica, a formação de pilotos nessa categoria não tem sido muito frequente. Em geral, as corridas da Formula Vee são para pilotos entusiastas, que buscam corridas de monopostos a baixo custo e muita diversão.

No Brasil, a categoria foi re-criada pelo engenheiro Roberto Zulito, tendo suas atividades retomadas em 2011, com a corridas realizadas dentro do Campeonato Paulista de Automobilismo.

Nos primeiros anos foram utilizados os motores 1.600 cc refrigerados a ar do VW Fusca, porém essa mecânica mostrou-se muito ultrapassada.

Atualmente utiliza-se os motores EA 111 1.6, que originalmente equipam o VW Gol e Fox, possibilitando um melhor equilíbrio entre potência e resistência.

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O Formula Vee brasileiro manteve como características originais a suspensão dianteira do Fusca e os pneus radiais. A categoria tem a participação de Wilson Fittipaldi na sua organização, o que vem tornando o evento ainda importante na formação de pilotos no Brasil.

Gostou desse carrinho? Quer experimentar ou até mesmo competir na categoria. Confira todos os detalhes no site oficial da categoria: www.fvee.com.br

Fontes e fotos
‘http://http://www.fvee.com.br/
‘http://www.formulavee.us/history.htm
‘http://www.formulavee.us/history/ahs_history11.htm
‘http://www.volkswagen-motorsport.com/index.php?id=2041&L=1
‘http://www.lorenagt.com/formulave/025-1-formula-brasil.htm